maio 20, 2011

O Brasil dos brasileiros

Apenas negro e pobre passam mais de quinze dias na cadeia. 

Delegado sofre perseguição dos tribunais enquanto os acusados desaparecem do noticiário.

Gado, milagre divino e sucessivos prêmios na loteria explicam a dinheirama de quem ficou rico e não quer explicar a fortuna.  

Escândalo político esvazia o anterior que, de repente, parece menor.

Polícia atira antes de perguntar, principalmente, nas favelas. 

Bancos publicam lucros inéditos no planeta.

Caixa dois de campanha política é comum, com subsídio de empreiteiras espalhado por todos os partidos. 

Pontes, estradas, viadutos e passarelas acabam custando até dez vezes mais que o orçamento inicial. 

Sobram leis, impostos, fiscais, taxas, sobretaxas, mais impostos, para esfolar o cidadão.

Salário mais benefícios de parlamentar pagam dezenas (em alguns municípios, centenas) de professores.

Traseiro feminino chama-se patrimônio. 

Filho de corrupto estiloso posa de playboy.

Tiroteio com “bala perdida”, se não matar, perde o status de notícia.

Só se considera chacina, a eliminação sumária de mais de meia dúzia. 

Homicida sentenciado pela morte de uma moça jornalista aguarda em liberdade o julgamento de todos os recursos da defesa, e com isso já se vão quase dez anos.

Charlatanismo, o exercício ilegal da medicina, é prática comum nos programas evangélicos de televisão, mas nenhum pastor-curandeiro foi para o xilindró.

Presidente da República compra a extensão do seu mandato, o vendedor tem os direitos políticos cassados, mas não acontece nada com o Primeiro Mandatário.
Hospitais públicos tratam a patuléia sem um mínimo de dignidade. Anciãos morrem nos corredores, crianças são infectadas nos berçários e faltam remédios para o tratamento do câncer, mas que importa? O Ronaldão fez gol e o feriadão está chegando.
Brazilzilzilzilllll... !



Soli Deo Gloria
Ricardo Gondim

maio 14, 2011

Quase.




“Abri a boca e quase disse algo. Quase.

O resto da minha vida poderia ter sido diferente se eu tivesse dito alguma coisa naquela hora.
 Mas, não disse. Só fiquei olhando. Paralisado”
(O caçador de pipas)

maio 01, 2011

Gravação do DVD GLÓRIA IN RIO, da Pastora Fernanda Brum. Há de ser uma benção!!!

Cristianismo cego/farisaico é a mesma coisa que religião.

Realmente, não parece justo que haja tanto empecilho para a liberdade e que seja tão fácil aceitar cabrestos  
Prefiro correr o risco de me expor às ameaças de um grupo que me rotula como herege peçonhento a ser encabrestado por um mestre obtuso e preconceituoso. É muito mais digno ter opinião própria do que regurgitar preconceitos mal digeridos por alguém.
A religião tenta preservar-se. Para isso, cria “guantánamos”. Os “Galileus”, que ousam afirmar suas constatações, são odiados por sacerdotes até que se retratem.
Quando alguém se arrisca e pisa fora do quadrado, é caçado, como João Huss que não se conformou com as viseiras farisaicas que lhe foram dadas. Alguns, como Martin Luther King, que não se curvou ao status quo, precisam sumir. 
A religião de certezas não tolera uma espiritualidade que aceite quaisquer incertezas. O fariseu precisa de sistemas herméticos para que sua opinião permaneça. Na base da certeza religiosa está a escassez de diálogo. Merece castigo os que se abrirem à  verdade que não consta nos autos de fé. Diante do dogmatismo, quem se atreve a pedir explicações ganha o exílio. 
A elite eclesiástica rotula de apóstata quem tenta olhar por cima das cercas dadas. Ela acha danoso ver se há vida fora do seu pequeno catecismo. Ao religioso não interessa defender o livre pensar. Melhor criar um ambiente de aversão  aos “rebeldes” para que se duvide o que eles afirmam antes de mesmo de ser dito. 
Lamentavelmente, o problema não vem só do censor. Nem todos gostam da liberdade, alguns preferem a canga, o jugo do espírito de manada; cabisbaixos, obedecem, odeiam, rejeitam, sem questionar. 
 Por isso repito: Realmente, não parece justo que haja tanto empecilho para a liberdade e que seja tão fácil aceitar cabrestos