agosto 27, 2011

Música do mês de Agosto.

Cura-me (Fernanda Brum).


TANTA AMARGURA ESCONDI
O MEDO DE NÃO ACERTAR
SONHOS COLORIDOS DESTRUÍ
QUE EU NÃO QUERO MAIS LEMBRAR
NÃO VOU MAIS CHORAR
FOI O QUE DECIDI
NÃO VOU MAIS SOFRER
PRA QUE VIVER ASSIM

COM IMAGENS DA INFÂNCIA, COMECEI A CHORAR
CAÍ NA CAIXA DAS LEMBRANÇAS
LEMBREI DO TEU OLHAR
ENCHI MEUS OLHOS DE ESPERANÇA
COMECEI A CANTAR
ENTREI DE VEZ NAQUELA DANÇA
PRA NUNCA MAIS VOLTAR

CURA-ME EM MINHAS LEMBRANÇAS
CURA O MEU ALTAR
CURA-ME, SOU TUA CRIANÇA
CURA-ME, CURA-ME, CURA-ME
CURA-ME, SENHOR JESUS


Esse trabalho tem como principal característica a ministração de cura interior e o quebrantamento.
Fernanda foi ousada com esse trabalho.

agosto 19, 2011

Um solilóquio

Resisto. Me inquieto. Sei da necessidade de deflacionar delírios onipotentes.
Hércules mal resolvido, vejo a vida passar, o cenário mudar. Os anos desembestados apressam o passo. “Onde fui parar?” Resisto, estranhado. Quero guiar o tempo.
Adio mortes. Esqueço que elas são necessárias; a semente não pode ficar só, enterrada. Esperneio. Tenho dó de Narciso humilhado. Devo guardar o que Walter Benjamin ensinou porque careço não só de “liberdade para” (freedom to) mas a “liberdade de” (freedom from). Enquanto eu só for “livre para” instrumentalizarei minha liberdade. Quando apreender o significado de “livre de”, entenderei o sentido de desapegar de nome, de respeitos institucionais, de ostentação. E aí, só aí, poderei simplesmente Ser.
Quero enfrentar a deliciosa e vertiginosa aventura de viver sem o chumbo que eu mesmo agrilhoei ao tornozelo. Ordeno à alma que retire as mordaças que permiti amarrarem na boca. Exorcizo o cenho medonho que fantasiei, e que me humilha sem sequer existir.
Quero entender o significado de simplicidade e perceber que a verdadeira vida se esconde no momento despretencioso, despido de grandiloquência. Os nascidos do Espírito são livres, leves, transparentes. Que minha simplicidade seja como uma janela aberta para a aragem sutil que sopra a infinita e imperceptível presença do Divino.

Ricardo Gondim