julho 09, 2012

Pense nisso...

Penso que Deus fez o homem não pra crer na vida, mas se relacionar a partir dos critérios que dela procedem, pois, o ato de crer é pra quem está doente e necessita de afirmações profundas que ele mesmo não entende, mas vai caminhando mesmo assim, ou então é para cristalizar o bel prazer achando que pode ser idolatrado.
A liberdade em cristo simplesmente acontece independente de ameaças alheias, pois está no lugar comum. Um ser que cria uma esfera a partir disso sabe que sua garantia é real e não pode sofrer intimidações a partir de ilusões, sabendo discernir quem é aquele que está manifestando verdades e qual o propósito de suas combinações.
O Espírito que flui no âmago do ser precisa encontrar vias para nutrir áreas que originam – se da vida no cotidiano, o individuo precisa cavar e abrir caminho pra dar acesso a essas áreas, do contrário elas transbordarão e ocorrerá um excitamento desenfreado sem rumo algum desencadeando o vazio existencial.
Uma compreensão mais acertada demanda uma mente aberta, grande poder de concepção e habilidades espirituais. (autor desconhecido)

junho 14, 2012

Aos meus amigos...

Poema de Amigo Aprendiz

Quero ser o teu amigo,
Nem demais e nem de menos.
Nem tão longe, nem tão perto,
Na medida mais precisa que eu puder.
Mas amar-te sem medida, e ficar na tua
vida
da maneira mais discreta que eu souber.
Sem tirar-te a liberdade.
Sem jamais te sufocar.
Sem forçar tua vontade.
Sem falar quando for a hora de calar,
e sem calar, quando for a hora de falar.
Nem ausente nem presente por demais,
simplesmente, calmamente, ser-te paz...
É bonito ser amigo.
Mas, confesso, é tão difícil aprender!
E por isso eu te suplico paciência.
Vou encher este teu rosto de lembranças!
Dá-me tempo de acertar nossas distâncias!!!
     autor desconhecido

maio 25, 2012

Não quero ser feliz


Desisto, não quero mais ser feliz. Procurei a felicidade como um caçador de borboletas. Armado de redes e binóculos, percorri florestas e cavernas buscando prender minha libélula, mas acabei frustrado: ela sempre voava para mais longe de mim.
Desisto, não quero mais ser feliz. Agora, vou contentar-me em perseguir a justiça. Tocarei minha vida advogando o direito dos meninos de jogarem pedras em mangueiras e de nadarem em lagoas. Conformado com minha sorte, protegerei as meninas que brincam de pular corda; elas nunca deveriam precisar ganhar dinheiro para alimentar a família.
Desisto, não quero mais ser feliz. Vou escancarar as portas do meu coração para a dor de mães que choram por seus filhos drogados; não evitarei os esquálidos que morrem de Aids; não virarei meu rosto para velhinhos que pedem esmolas nos sinais de trânsito. Não desejo continuar cavando os fossos que me isolam em meu castelo de desejos.
Desisto, não quero mais ser feliz. Não perseguirei a amizade de gente famosa que, por tanto tempo, acreditei capaz de me fazer sentir importante. Resignado, procurarei novos amigos. Aceitarei andar ao lado dos simples, e de conviver com os humildes. Quero aprender a conversar despretensiosamente.
Desisto, não quero mais ser feliz. Abrirei mão de meus grandes projetos. Lutei para conquistar objetivos irrealizáveis. Imaginei que minhas metas se tornariam fontes de alegrias infinitas. Resignado, desejo viver cada vão momento como sagrado. Transformarei meu almoço numa liturgia; celebrarei meus encontros solenemente; e cantarei minhas músicas prediletas como hinos de agradecimento à vida.
Desisto, não quero mais ser feliz. Cansei de defender minha honra, reputação e posicionamentos – todos, políticos, espirituais e filosóficos. Abdico de estar certo. De agora em diante, confessarei abertamente minhas incertezas. Não rolarei na cama, insone com a opinião de pessoas que desconheço; não retrucarei, quando me sentir atingido. Estou disposto a aprender o significado daquela declaração divina: “quem quiser ganhar sua vida a perderá e quem perder sua vida a ganhará”.
Desisto, não quero mais ser feliz. Não tentarei segurar o amor de quem amo. Deixarei que cada um acerte seu caminho; arriscarei viver com gratuidade. Preciso acreditar que ninguém me deve coisa alguma. Vou aventurar-me fazer o bem, e não cobrar nada em troca.
Já que desisti de ser feliz, resta-me seguir por esses caminhos incertos.
Prometo avisar se algum dia a felicidade pousar em meu ombro.


Ricardo Gondim
Soli Deo Gloria.

maio 24, 2012

Vocês que dizem carregar as boas novas do evangelho e servir ao Deus vivo...

A GRANDEZA DO MAR





VOCÊ SABE por que o mar é tão grande?
Tão imenso? Tão poderoso?
É porque teve a humildade de colocar-se alguns centímetros
abaixo de todos os rios.
Sabendo receber, tornou-se grande.
Se quisesse ser o primeiro, centímetros acima de todos os rios,
não seria mar, mas sim uma ilha.
Toda sua água iria para os outros e estaria isolado.
A perda faz parte.
A queda faz parte.
A morte faz parte.
É impossível vivermos satisfatoriamente.
Precisamos aprender a perder, a cair, a errar e a morrer.
Impossível ganhar sem saber perder.
Impossível andar sem saber cair.
Impossível acertar sem saber errar.
Impossível viver sem saber morrer.
Se aprenderes a perder, a cair, a errar, ninguém mais o controlará.
Porque o máximo que poderá acontecer a você é cair, errar e perder.
E isto você já sabe.
Bem aventurado aquele que já consegue receber com a mesma naturalidade
o ganho e a perda, o acerto e o erro, o triunfo e a queda, a vida e a morte.
Paulo Roberto Gaefke
[No livro "Quando é preciso Viver" página 29]



maio 21, 2012

Aliança.

" As tempestades nos desesperam. Daí a necessidade de dizer que o arco-íris, mais que um fenômeno físico, traz mensagem divina."  Ricardo Gondim.



maio 16, 2012

Reflita:



...Finalmente, todos concordam que um homem muito ocupado em muitas coisas a fazer, nada pode fazer direito: não pode se dedicar á leitura, nem ás artes, nem a contemplação e ao conhecimento de si. Este tipo de pessoa não se aprofunda em nada, pelo contrário tudo rejeita, pensando que tudo lhe é imposto." (SÊNECA).



Saiba que:

“(…) a fraqueza de Deus é mais forte do que os homens”. [1Coríntios 1.25].



maio 10, 2012

Avangers.

Reflita.

O que levaria um pai a entregar e dar a vida do seu próprio filho?








O que levaria um filho a obedecer seu pai se entregando a morte?







Você seria capaz de entregar seu filho por amor a alguém?
Você daria a sua vida por amor a pessoas que nem te conhecem?

maio 09, 2012

Quando ele estabeleceu os céus, lá estava eu; quando traçou o horizonte sobre a superfície do abismo,
quando colocou as nuvens em cima e estabeleceu as fontes do abismo,
quando determinou as fronteiras do mar para que as águas não violassem a sua ordem, quando marcou os limites dos alicerces da terra,
eu estava ao seu lado, e era o seu arquiteto; dia a dia eu era o seu prazer e me alegrava continuamente com a sua presença. (Jesus)



maio 08, 2012

A cruz nos revela um Deus que se aproxima como um de nós .

Os evangelhos nos mostram que Jesus morreu no meio do povo. Aquele que nasceu e cresceu entre o povo, que os curou e anunciou-lhes as boas novas do evangelho agora morria entre eles. 
Ele morreu como nós morremos. Teve sede, como nós temos; se cansou, suou e teve fome como qualquer um de nós. Ele foi humilhado, não como um Deus onipotente, mas como um homem. O Deus Todo Poderoso, em seu filho Jesus, se fez homem. John Stott escreve acertadamente: 
Jesus não permaneceu no céu; veio para o mundo. A Palavra não foi proferida do céu “...a Palavra tornou-se carne...”. E a seguir “...viveu ente nós...”. Ele não veio para uma visita rápida nem se apressou em voltar para o seu lar. Tampouco permitiu que... [o] vissem somente a distância. Ficou no mundo para o qual veio. 
Ele deu aos homens a chance de ver a sua glória. Ele escandalizou os lideres religiosos da de sua época ao misturar-se com a camada da população que eles evitavam.

Os lideres religiosos o apelidaram de “amigo de publicanos e pecadores”. Ele colocou as mãos nos intocáveis leprosos. E, depois, Ele, que em seu nascimento “tornara-se carne”, em sua carne tornou-se pecado... [por nós]. Ele assumiu a nossa natureza... as nossas transgressões, a nossa condenação, a nossa morte . 
Ele se aproximou de nós não como um Deus Todo Poderoso trovejando e abalando céus e terra, jogando raios ou fulminando pessoas, mas como um amigo, como um de nós, como um simples carpinteiro palestino. Jesus veio nos revelar Deus, e para isso, se fez homem.
Sujou os pés de poeira, viveu no meio de pessoas simples como camponeses, pescadores e agricultores; queimou-se debaixo do sol escaldante da Palestina e sendo “gente como a gente” viveu como um de nós; morreu como um de nós. 
Ele mostrou que Deus chora, quando ele mesmo chorou na morte de seu amigo Lázaro. 
Demonstrou que Deus se compadece diante da fome humana, quando por duas vezes alimentou uma multidão faminta. Que Deus está do lado dos pobres e “favelados”, quando escolheu nascer e viver na Galiléia (a periferia da Palestina). 
Ele nos mostrou que Deus perdoa quando ele mesmo perdoou as prostitutas, os publicanos e pecadores. Revelou-nos o carinho de Deus pelas crianças, quando as pegou no colo e as abençoou. Ele mostrou que Deus nos ama, quando decidiu enfrentar a crucificação. 
A morte de Jesus aponta inevitavelmente para o que parece um absurdo, uma heresia: um Deus humilde. “O Deus que veio à terra não veio num redemoinho arrasador, nem num fogo devorador” . 
O Criador de todas as coisas se humilhou vivendo e morrendo entre nós. “Pois subsistindo em forma de Deus, não teve por usurpação o ser igual a Deus, antes a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz” (Filipenses 2.6-8).

 “O Deus que trovejava, que podia movimentar exércitos e impérios como peões num tabuleiro de xadrez”  apareceu na Palestina, a dois mil anos atrás, vivendo como um humilde carpinteiro despido de toda a sua Glória e Majestade.

“Deus entra na história pela porta de um casebre, pelo barraco do carpinteiro”  José. “O Senhor do céu e da terra não se interessa pelos palácios dos reis. O Criador de tudo não se impressiona com as obras dos grandes do mundo.

Ele dispensa palácios, templos e exércitos”.  Ele se interessa pelas pessoas.

Aliás, Ele veio em busca delas; não como um Ser Superior, mas como um frágil homem.

Ele se aproximou de nós como um de nós: isso sim é grandeza!“E o verbo se fez carne e habitou entre nós e vimos a sua glória como a do unigênito do Pai” (Jo 1.14).

Autoria: Kassio F. P. Lopes

Não esqueça disso.


O verdadeiro amor liberta!

Não somos perfeitos.


Não precizamos matar um leão por dia, para sermos felizes.
Não precizamos carregar o mundo nas costas.
Não somos máquinas de erros e acertos.
Somos gente dependente da graça de Deus.


"Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma. Porque o meu jugo é suave, e meu fardo é leve." 
Mateus 11:28-30

Não tenha medo de errar.

maio 05, 2012

Detalhe da canção.

 ''Ah, como eu queria sorrir
Na certeza de que a dor não voltaria
Ah, como eu queria chorar
Só por motivos de grandes alegrias
Mas, se fosse assim, não haveria favor,
Não haveria no meu peito o consolador
Grato sou pelo teu Amor''


Canção: Dependente.

Reverência ao destino

Falar é completamente fácil, quando se tem palavras em mente que expressem sua opinião.
Difícil é expressar por gestos e atitudes o que realmente queremos dizer, o quanto queremos dizer, antes que a pessoa se vá.
Fácil é julgar pessoas que estão sendo expostas pelas circunstâncias.
Difícil é encontrar e refletir sobre os seus erros, ou tentar fazer diferente algo que já fez muito errado.
Fácil é ser colega, fazer companhia a alguém, dizer o que ele deseja ouvir.
Difícil é ser amigo para todas as horas e dizer sempre a verdade quando for preciso.
E com confiança no que diz.
Fácil é analisar a situação alheia e poder aconselhar sobre esta situação.
Difícil é vivenciar esta situação e saber o que fazer ou ter coragem pra fazer.
Fácil é demonstrar raiva e impaciência quando algo o deixa irritado.
Difícil é expressar o seu amor a alguém que realmente te conhece, te respeita e te entende.
E é assim que perdemos pessoas especiais.
Fácil é mentir aos quatro ventos o que tentamos camuflar.
Difícil é mentir para o nosso coração.
Fácil é ver o que queremos enxergar.
Difícil é saber que nos iludimos com o que achávamos ter visto.
Admitir que nos deixamos levar, mais uma vez, isso é difícil.
Fácil é dizer "oi" ou "como vai?"
Difícil é dizer "adeus", principalmente quando somos culpados pela partida de alguém de nossas vidas...
Fácil é abraçar, apertar as mãos, beijar de olhos fechados.
Difícil é sentir a energia que é transmitida.
Aquela que toma conta do corpo como uma corrente elétrica quando tocamos a pessoa certa.
Fácil é querer ser amado.
Difícil é amar completamente só.
Amar de verdade, sem ter medo de viver, sem ter medo do depois. Amar e se entregar, e aprender a dar valor somente a quem te ama.



Fácil é ouvir a música que toca.
Difícil é ouvir a sua consciência, acenando o tempo todo, mostrando nossas escolhas erradas.
Fácil é ditar regras.
Difícil é seguí-las.
Ter a noção exata de nossas próprias vidas, ao invés de ter noção das vidas dos outros.
Fácil é perguntar o que deseja saber.
Difícil é estar preparado para escutar esta resposta ou querer entender a resposta.
Fácil é chorar ou sorrir quando der vontade.
Difícil é sorrir com vontade de chorar ou chorar de rir, de alegria.
Fácil é dar um beijo.
Difícil é entregar a alma, sinceramente, por inteiro.
Fácil é sair com várias pessoas ao longo da vida.
Difícil é entender que pouquíssimas delas vão te aceitar como você é e te fazer feliz por inteiro.
Fácil é ocupar um lugar na caderneta telefônica.
Difícil é ocupar o coração de alguém, saber que se é realmente amado.
Fácil é sonhar todas as noites.
Difícil é lutar por um sonho.
Eterno, é tudo aquilo que dura uma fração de segundo, mas com tamanha intensidade, que se petrifica, e nenhuma força jamais o resgata.

Carlos Drummond de Andrade

maio 03, 2012

Nem sempre consigo fazer o bem que pretendo, mas o mal que não quero.

Paulo de Tarso.

Saudades




Sinto saudades de tudo que marcou a minha vida.
Quando vejo retratos, quando sinto cheiros,
quando escuto uma voz, quando me lembro do passado,
eu sinto saudades...





Sinto saudades de amigos que nunca mais vi,
de pessoas com quem não mais falei ou cruzei...



Sinto saudades do presente,
que não aproveitei de todo,
lembrando do passado
e apostando no futuro...

Sinto saudades do futuro,
que se idealizado,
provavelmente não será do jeito que eu penso que vai ser...

Sinto saudades de quem me deixou e de quem eu deixei!
De quem disse que viria
e nem apareceu;
de quem apareceu correndo,
sem me conhecer direito,
de quem nunca vou ter a oportunidade de conhecer.


Sinto saudades dos que se foram e de quem não me despedi direito!

Daqueles que não tiveram
como me dizer adeus;
de gente que passou na calçada contrária da minha vida
e que só enxerguei de vislumbre!

Sinto saudades de coisas que tive
e de outras que não tive
mas quis muito ter!

Sinto saudades de coisas
que nem sei se existiram.


Sinto saudades de coisas sérias,
de coisas hilariantes,
de casos, de experiências...

Sinto saudades do cachorrinho que eu tive um dia
e que me amava ''fielmente'', como só os cães são capazes de fazer!

Sinto saudades dos livros que li e que me fizeram viajar!

Sinto saudades dos discos que ouvi e que me fizeram sonhar,

Sinto saudades das coisas que vivi
e das que deixei passar,
sem curtir na totalidade.

Quantas vezes tenho vontade de encontrar não sei o que...
não sei onde...
para resgatar alguma coisa que nem sei o que é e nem onde perdi...


Vejo o mundo girando e penso que poderia estar sentindo saudades
Em japonês, em russo,
em italiano, em inglês...
mas que minha saudade,
por eu ter nascido no Brasil,
só fala português, embora, lá no fundo, possa ser poliglota.

Aliás, dizem que costuma-se usar sempre a língua pátria,
espontaneamente quando
estamos desesperados...
para contar dinheiro... fazer amor...
declarar sentimentos fortes...
seja lá em que lugar do mundo estejamos.

Eu acredito que um simples
"I miss you"
ou seja lá
como possamos traduzir saudade em outra língua,
nunca terá a mesma força e significado da nossa palavrinha.

Talvez não exprima corretamente
a imensa falta
que sentimos de coisas
ou pessoas queridas.

E é por isso que eu tenho mais saudades...
Porque encontrei uma palavra
para usar todas as vezes
em que sinto este aperto no peito,
meio nostálgico, meio gostoso,
mas que funciona melhor
do que um sinal vital
quando se quer falar de vida
e de sentimentos.

Ela é a prova inequívoca
de que somos sensíveis!
De que amamos muito
o que tivemos
e lamentamos as coisas boas
que perdemos ao longo da nossa existência...
Por que te inquietas, prosador?
Escolhe os temas e, ao que for,
eu darei gume, alada rima,
e farei dele flecha exímia
que, após deixar a corda tesa
do arco dobrado servilmente,
voará certeira até que a presa,
nosso inimigo, se lamente!






                    Aleksander Púchkin



maio 02, 2012

Detalhe da canção.

''Deus, onde estás?
A Igreja arrancou o sino
O homem esqueceu o menino
Fez castelo de ouro e prata e perdeu a vida''




O clamor do pobre

Tolstói iniciou Anna Karenina com uma das mais espetaculares afirmações da literatura: ”Todas as famílias felizes se parecem umas com as outras, cada família infeliz é infeliz à sua maneira”. A felicidade é indistinta, mas a tristeza carrega particularidades específicas. Ao longe, os cenários são belos; próximos, expõem detritos horrorosos. De perto, o lixo fede. Narrativas universalizantes foram incapazes de retratar dramas pessoais – vivenciados na dura realidade cotidiana.
Filosofia e teologia se especializaram em grandes narrativas para lidar com o sofrimento. Esqueceram as pequenas realidades. No microcosmo, gente com nome, história e laços de amor geme. Oprimidos em inúmeros cativeiros, os judeus cantavam: “Quem são homens e mulheres para que Te lembre deles? Onde Te escondeste, ó Senhor?”.
Voltaire afirmou que se há vida em outros mundos, a terra é o manicômio do universo. Segundo a ONU, dois milhões morrem de fome a cada dia – eu disse: cada dia.  Estima-se que só na Europa, 500 mil mulheres sejam traficadas a cada ano – a maioria para exploração sexual. (as brasileiras engrossam as estatísticas no Velho Continente e somam 75 mil, o equivalente a 15% das vítimas). O que fazer com a cólera no Haiti, a malária na África, a guerra civil no Sudão, a perseguição religiosa no Afeganistão, o consumismo e a indiferença na Europa e os homicídios do México ao Brasil?
O palácio dos horrores baixou a ponte. Cavaleiros do Apocalipse entram em cena a galope. De tão barata a vida, milhões e milhões de famílias, à sua maneira, experimentam o inferno.
A prece mais religiosa para esta geração deve ser: “Deus, por que não invades logo o monturo que se transformou este planeta? Por que o Senhor não acaba com o ato desse teatro macabro? A peça já se arrasta além do necessário. O preço que cobras por teres nos criado imperfeitos não está alto demais?”.
Que volte o hino do negro spiritual: “Não se te dá que morramos? Como podes assim dormir?”
Se existe outro mundo possível, onde se esconde? Por que os mínimos sinais de um reino alternativo sempre foram imprecisos? Por que o bem se perdeu em instituições adoecidas? Nada explica a ganância ser maior que a fome de justiça.
Além da indiferença do universo, anônimos sofrem com a burocracia estatal – burocracia fria. Oligarquias se reinventam para manter o poder nas mãos dos mesmos. Estruturas se satanizam. Instituições legitimam processos de alienação. O mal se multiplica com facilidade. O bem consome a vida dos poucos que se atrevem concretizá-lo.
A história segue. Ruma ao grande abismo. T. S. Eliot perguntou: “Onde está a vida que perdemos vivendo? 
Onde está a sabedoria que perdemos no conhecimento? 
Onde está o conhecimento que perdemos na informação?”.  Insana, a humanidade se debate sem sequer buscar antídoto para o veneno que a destrói.
Quantos se dispõem quebrar o sistema que abandona crianças à miséria? Mulheres violentadas e idosos abandonados continuarão sem terem quem os vingue?  A coerência que justifica o mal será desfeita quando?
Milhões se entorpecem. Tateiam em busca de respostas nos lugares errados. Consumismo junto com as indústrías do esportismo e do “celebrismo” servem para perpetuar a ilusão de que no fim tudo vai dar certo. Estupidez. Quinquilharias tecnológicas salvam e alienam. Erudição ilustra e ilude. Enquanto a mão esquerda escreve poesia, a destra declara guerra.
Vaidosa, a atual geração se considera pouco menor do que os anjos. Só não vê a própria cara desfigurada – monstro de iniquidade.
Os caminhos humanos não apontam para um progresso inexorável; não desembocam, necessariamente, em estrada alguma. Nada garante que o rio da história alcance o oceano do sentido.
O planeta terra parou de brilhar;  há muito não embeleza o universo. A eternidade não guardará registro do tempo fugaz dos humanos por aqui. As perguntas que a racionalidade fez foram insuficientes para chegar à verdade. A pouca solidariedade partilhada malogrou em redimir o ódio. Livros da história produziram melancolia por um passado de ouro, apenas. A clemência da geração que sucedeu ao holocausto se revelou impotente para evitar outros genocídios. A ciência não conseguiu reverter o inconsciente coletivo, que ainda viabilizará novas chacinas.
O Nazareno acertou: em todos os dias cabe um mal próprio.  Sendo assim, séculos não aliviarão a tragédia da geração atual. Não por acaso os pobres, conscientes de seu sofrimento, devem voltar a clamar: “Maranata – não te demores, Senhor”.
Ricardo Gondim
Soli Deo Gloria



Detalhe da canção.

''Quando espero tua voz estrondar,tu vens com o silêncio''


Esperar é caminhar (Palavraantiga)

abril 27, 2012

"Por uma coisa só anseio, aprender o que se esconde atrás dos fenomenos;desvendar o mistério que me dá a vida e a morte;saber se uma presença invisivel e imota se esconde além do fluxo visivel e incessante do mundo.
Pergunto e torno a perguntar, golpeando o caos, quem nos planta nessa terra sem nos pedir licença? Quem nos arranca da terra sem nos pedir licença?
Sou uma criatura fraca e efêmera, feita de barro e sonhos. Mas sinto em mim o turbilhonar de todas as forças do Universo.
Antes de ser despedaçado, quero ter um instante para abrir os olhos e ver. Minha vida não tem outro objetivo. Quero achar uma razão de viver, de suportar o terrivel espetáculo diário da doença,da fealdade,da injustiça e da morte.
Vim de um lugar obscuro;o Útero,vou para outro lugar obscuro;a Sepultura.Uma força me atira para fora do abismo negro;outra força me impele irresistivelmente para dentro dele"

Nikos Kazantizakis.



Cuidado! Religião mata.

abril 09, 2012

Perdão.



O que é mais importante: Perdoar ou pedir perdão?
Quem pede perdão mostra que ainda crê no amor.
Quem perdoa mostra que ainda existe amor para quem crê. Não importa saber qual das duas atitudes é mais importante. É sempre importante saber que:
Perdoar é o modo mais sublime de crescer em todos os sentidos. E pedir perdão é o modo mais sublime de se levantar e seguir em frente.


Se aquele que é perfeito nos perdoou, quem somos nós para não seguirmos seus passos.

É tempo de germinar a semente que foi plantada...

março 16, 2012

Pense nisso:

Deus ama a alma ferida, a alma castigada, que aprendeu algo sobre sua própria falibilidade e sobre suas próprias limitações. Se a religião nos ensinar que sermos humanos implica num desafio tão complicado que todos nós erramos no processo de aprender como fazê-lo bem, então poderemos encarar nossos erros não como emblemas de nossa falta de valor, mas como experiencias com as quais podemos aprender.





Harold Kushner